Dificilmente, sou a pessoa certa para escrever/falar sobre música, por motivos tão óbvios, principalmente para aqueles que me conhecem, que chega a parecer coisa de cara frustrado. Provavelmente por eu ser MESMO frustrado, em vários aspectos da minha vida pessoal, inclusive o da “manifestação cultural”, é que me sinto compelido a escrever um parágrafo ou dois, nessa madrugada, insone e meio bêbado.
Não faz muito tempo, uma conhecida minha me contou que uma pessoa, mais ou menos ligada à “cena” musical dessa cidade de bosta, lhe disse que eu não deveria ficar expressando minhas opiniões sobre coisas que eu não domino, ou não conheço “a fundo”, pois, de acordo com essa pessoa, eu não tenho (teria) o conhecimento necessário pra criticar. Pois bem, a pessoa em questão, não apenas canta em uma banda cover desacreditada e pouco freqüente, como seu “projeto de música própria” nunca tocou em nenhum evento que se preze, tendo aparecido apenas em festinhas e nos próprios ensaios, nada que envolvesse uma divulgação de fato, ou sequer resenhas em bloguinhos de gente muito mais frustrada e maldosa do que eu, com muito mais ódio no coração. Essas coisas não me alimentam mais nem a curiosidade, mas em madrugadas como essa, quando só quero ouvir Kiss e GOSTAR disso, fico pensando na minha infância rica e saudosa, no Rio, e na minha adolescência pobre e cercada de caipiras, aqui no gulag.
Não faz muito tempo, uma conhecida minha me contou que uma pessoa, mais ou menos ligada à “cena” musical dessa cidade de bosta, lhe disse que eu não deveria ficar expressando minhas opiniões sobre coisas que eu não domino, ou não conheço “a fundo”, pois, de acordo com essa pessoa, eu não tenho (teria) o conhecimento necessário pra criticar. Pois bem, a pessoa em questão, não apenas canta em uma banda cover desacreditada e pouco freqüente, como seu “projeto de música própria” nunca tocou em nenhum evento que se preze, tendo aparecido apenas em festinhas e nos próprios ensaios, nada que envolvesse uma divulgação de fato, ou sequer resenhas em bloguinhos de gente muito mais frustrada e maldosa do que eu, com muito mais ódio no coração. Essas coisas não me alimentam mais nem a curiosidade, mas em madrugadas como essa, quando só quero ouvir Kiss e GOSTAR disso, fico pensando na minha infância rica e saudosa, no Rio, e na minha adolescência pobre e cercada de caipiras, aqui no gulag.
Ainda ando com caipiras, não posso evitar, afinal de contas é isso, ou o ostracismo bêbado dos dezenove anos, de antes da época em que percebi que posso me fazer passar por um deles; seguir à risca o ditado “se agires como um imbecil, ele o tratarão com a um semelhante”, o que explica meu flerte com RPG e outras manifestações de eliminação do ego em detrimento de um arremedo de vida social. Anos após essa fase triste, pessoas que cheguei a considerar amigas declararam que “não fosse o RPG, hoje em dia estariam internadas”, ou qualquer coisa assim. Fico pensando que, se não fosse o RPG eu não teria tido o desprazer de ter travado conhecimento com algumas das PIORES pessoas que devem ter nascido, sub-gente que se odeia tanto a ponto de projetar seus preconceitos de jeca em pessoas bem mais cultas e capazes do que eles, e se considerarem uma espécie de elite, e essa merda toda... O mesmo vale pra maioria dos auto-intitulados fãs de história em quadrinhos, gente baixa e fedida.
Mas, mesmo com essa bagagem de péssimas influências e desastrosas relações sociais, e longas conversas onde eu prendia a respiração, por educação, e fazia uma cara de normalidade enquanto era pulverizado pelo mau-hálito visceral de pessoas de formação questionável, nada me preparou para a possibilidade de envelhecer no mesmo mundo de gente ainda mais mal-amada, ainda mais triste, e, estranhamente, tão cheia de si: blogueiros de música.
(fim da parte 1)
Mas, mesmo com essa bagagem de péssimas influências e desastrosas relações sociais, e longas conversas onde eu prendia a respiração, por educação, e fazia uma cara de normalidade enquanto era pulverizado pelo mau-hálito visceral de pessoas de formação questionável, nada me preparou para a possibilidade de envelhecer no mesmo mundo de gente ainda mais mal-amada, ainda mais triste, e, estranhamente, tão cheia de si: blogueiros de música.
(fim da parte 1)
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