O fim-de-semana começou na terça-feira. Pra ajudar um amigo, hospedei por uma noite quatro músicos em minha casa, cada um uma banda de um homem só. Estiveram viajando juntos, de carro, durante cerca de uma semana, e vieram pra cá tocar, numa noite só, pra uma platéia entusiasmada e aparentemente satisfeita. Sua música primitiva e nervosa me fez perceber, mais uma vez, que não há lugar para virtuosismos no rock'n'roll, à não ser para os onanistas de plantão. Um genuíno show de rock, do tipo que tenho visto raramente.
Na sexta, um velho amigo chegou de viagem, veio visitar a família, e saímos com outro amigo. A noite e a conversa fluíam bem, apesar de já termos saído bem tarde de casa. Paramos num bar perto do centro da cidade, e cerca de uma hora depois que chegamos, presenciamos o que por pouco não se tornou um homicídio: dois idiotas começaram uma briga, o maior deles (um estrangeiro) se sentiu ofendido por algo que o mais novo disse (presumivelmente uma piada ofensiva sobre colombianos!) e acertou um tapa forte no rosto do menino, que caiu da cadeira. Confusão instalada, o colombiano se aproxima de NOSSA mesa, e pega a MINHA garrafa de cerveja, e a espatifa na parede, fazendo o gargalo de arma!!
Levantamos imediatamente, a tempo de ver um sem-teto que perambula por ali se envolver na confusão e, por muito pouco, não acabar com a garganta cortada!!
Despesa paga (o dono do bar cobrou a cerveja perdida na despesa do gringo!) nos levantamos e saímos dali.
Em casa, sem sono, meio tenso e ainda querendo beber, fiquei por cerca de uma hora na varanda, no escuro, fumando.
O sábado transcorreu bem parecido. Saímos de novo, nós três, e a conversa, inapelavelmente, descambou pra uma troca de farpas que, se fôssemos menos conhecidos, poderia ter facilmente acabado em briga.
Certas pessoas simplesmente se recusam a me respeitar, querendo que eu acate o tempo todo as suas ofensas veladas à minha pessoa e estilo de vida, às minhas opiniões e gostos pessoais, e quando revido - normalmente de forma contundente! - elas costumam recuar. Resultado: o dono do carro, um mimado e pedante senhor da razão, homem branco típico, obeso, conservador e arrogante, fechou a cara e levou meu outro amigo pra casa. A viagem até minha casa transcorreu em um silêncio incômodo.
Era pra termos saído no domingo, mas até preferi que nenhum deles tivesse me ligado. Meu humor estava péssimo. Saí à noite com outros amigos pra umas cervejas, num bar perto do de sexta-feira. Conversa agradável, outros dois conhecidos apareceram, e fomos tomar a saideira em um outro bar, mais perto de minha casa. Um idiota, não sei se bêbado ou sob o efeito de alguma substância, cismou que o carro de um de meus amigos era dele, e ficou o tempo todo cercando o carro, e chegou a tentar a maçaneta!!
Mais uma vez, a noite termina de forma abrupta e inesperada, mas, felizmente, sem violência (pelo menos contra mim e meus amigos!).
Coisas assim me garantem que devo MESMO sair dessa terra de caipiras loucos e intolerantes.
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