Você Falou Comigo?

Você Falou Comigo?
É Que Eu Estava MESMO Te Ignorando!!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Maringá, PR: Capital das Bandas de Bosta!

Ao aceitar o convite de um amigo pra participar de um programa de rádio, não imaginava que certas percepções seriam definitivamente confirmadas. O projeto em si é uma iniciativa da direção da própria estação, que pertence à Universidade Estadual daqui, e procura abrir espaços da programação para colaboradores externos, que possam contribuir para a diversidade de influências culturais da emissora, ao mesmo tempo em que a exime da responsabilidade e do compromisso de pagar por mão-de-obra "especializada" que produza programas com um minimo de qualidade e padrões. Quanto ao último, creio sinceramente que seja algo fácil de ser mantido, mas quanto à qualidade, duvido sinceramente que seja uma preocupação que me aflija, principalmente se levar em conta a situação em que me encontro, trabalhando de graça pra contribuir pro projeto cultural de alguém.
De qualquer modo, queixas à parte, tem sido uma época divertida, o que ameniza as dificuldades e falta de perspectivas deste ano horrível que tenho passado. O programa é leve, repleto de conversas e músicas diversas, humor e comentários sarcásticos por parte dos três integrantes. Nem reclamo de ter de pesquisar um pouco para levar material, pois isso me faz pensar menos naquilo que tem me incomodado de verdade, e distrai minha atenção do que vou enfrentar em pouco tempo.

Recentemente, numa conversa com jornalistas que estavam de passagem por aqui, comentei sobre uma característica marcante da assim chamada "cena cultural independente" (ênfase nas aspas!) desta cidade, e sua suposta repercussão nos meios similares, país afora. Essa característica me parece digna de nota devido ao puro teor elitista e sectário que aplica à "cena", que é a tendência das bandas de rock, sobretudo, de serem formadas por pessoas oriundas da mesma classe social privilegiada, o que determina que essas iniciativas apareçam mais em função do poder aquisitivo de seus integrantes do que do talento e esforço pessoal em si. Resumindo: o rock enquanto hobby de filhotes da classe média que acreditam-se talentosos em sua rebeldia de shopping center, e conhecimento musical adquirido online.

É comum por aqui a noção de que "a cena não vai pra frente porque não há união." Ora, se interpretarmos a "cena" como um reflexo do estrato social em que foi gerada, é natural que não haja união! E depois, certas pessoas cujos rumos, escolhas, e cujas oportunidades que lhes foram presenteadas na vida, ganharam um nível de sucesso profissional e ascenção social muito superiores do que a maioria, acabam por se considerar dignos do luxo de exercerem seus hobbys de forma mais efetiva, e se propõem a exibir seu suposto e auto-proclamado "talento" (novamente, ênfase nas aspas) para um público que nunca teve senso crítico apurado, no que diz respeito à identificação de tendências e ideologias que possam contribuir para o crescimento intelectual do indivíduo. Em suma, uma geração de auto-proclamados artistas, medíocres por excelência, e que encontram público cativo entre pessoas tão ou até mais medíocres do que eles mesmos.

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Sendo crias de uma classe média que nunca os julga desfavoravelmente, e tendo pais que aplaudem cada ato de "rebeldia criativa" de seus filhotes brancos e de sólida formação cristã, essa mesma geração de não-entidades, pautada pela auto-indulgência e falta crônica de uma cultura geral, se veste confortavelmente de seus estereótipos favoritos (algo que possam despir facilmente quando é necessário e oportuno) e vão às ruas reivindicar o que em outras épocas era a trincheira daqueles realmente talentosos e excluídos de todo um contexto de produção cultural devido à diversos fatores, como etnia, poder aquisitivo, acesso aos meios de comunicação, etc.


Não contentes com todas as facilidades que seus papais e mamães (e amigos de papai e mamãe) lhes garantiram na hora de passar de ano, dirigir carros antes da idade, entrar e sair da universidade sem maiores complicações e posições de destaque em empresas ou quaisquer outros empreendimentos, uso de drogas e álcool sem a menor moderação, essa classe média do rock também é fortemente caracterizada por uma total incapacidade de ouvir e/ou aceitar críticas, respondendo à elas (caso apareçam) de formas muitas vezes até exageradas, como ameaças e agressões físicas, além das costumeiras e pueris agressões verbais. De que adianta tanta educação (formal) e seus diplomas, seu orgulho de serem filhos ou netos de imigrantes europeus ou japoneses, seu suposto talento artístico (sobretudo musical), se jamais entenderam uma primordial característica humana, a sensibilidade estética: você pode até estar 100% certo de que o que faz é bom e lindo, mas nem todos vão concordar com você, pois não tiveram a mesma formação que você, e muitas vezes, são mais talentosos que você, independente dos seus instrumentos caros, que você não toca direito mas adora exibir para seus coleguinhas de mediocridade.



(Fim da parte 1...)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Porco-Espinho Emocional.

Ser repulsivo é quase um estado de espírito, é como exalar uma aura de pura maldade química ao redor de si, afastando a todos, bons e maus no processo. É como um superpoder, desses de histórias em quadrinhos. E, como não podia deixar de ser, causa um misto de contra-repulsa e admiração, um carisma pelo feio e anti-social que não sei explicar bem.
Sinto que estou no processo de me tornar um grande filho da puta. Não na acepção do termo, lógico, mas um filho da puta típico, desses que fodem com as pessoas e nem sentem remorso. É engraçado até constatar que, nesta idade em que me encontro, depois de ter sido considerado um cara tão "bacana" por diversas pessoas, de diferentes esferas, diferentes círculos de convivência e origens diversas, percebo que estou desfazendo amizades com uma certa eficiência e de uma forma tão metódica, que parece até assassinato em série.


Após a recente "descoberta" deste blog por parte de um coadjuvante, tenho pensado bastante em ir eliminando de vez, sistematica e implacavelmente, meu convívio social, dados os meus planos pro futuro próximo. Eu não posso carregar ninguém comigo, mesmo, e está cada vez mais difícil evitar de considerar todo e qualquer convívio social como uma espécie de punição por não ter construído minha longa estrada antes, aquela que me levaria pra bem longe, e depois não seria mais usada por ninguém. Frequentemente, sinto como se estivesse sendo escrutinizado por quem não vale nem um peido meu, e ainda assim, certas pessoas (auto-proclamadas "amigas") insistem em me dizer o quanto eu sou um desperdício ambulante, de acordo com seus dogmazinhos de gente burra e desesperada por fazer a diferença na vida de alguém.

Meses atrás, durante uma noite de bebedeira com uns conhecidos, um deles, alguém que já considerei um amigo genuíno, me jogou isso na cara, como se fosse um irmão mais velho ou mesmo meu pai. É evidente que na hora retruquei, mas sinto que desde então não há mais sentido em me aproximar dessa pessoa. Que ele fique com seus conceitozinhos de garoto branco e pequeno burguês, que casou com sua boneca inflável que parece uma atriz de seu seriado favorito pra satisfazer os anseios de sua família também burguesa e mesquinha. Suas definições pré-moldadas de sucesso, fracasso e modelos são menos que papel higiênico pra mim, que sempre soube que estou sozinho.

Sempre soube que estarei sozinho. Na estrada.




terça-feira, 3 de novembro de 2009

A cada vez que a roda gira, esmaga mais e mais minhas expectativas...

Manhã de sol, segunda-feira. Um fim-de-semana quente e divertido, com feriado prolongado, piscina e riso, muito riso. Então, a segunda-feira...

Aparentemente, fui descoberto. O blog quase anônimo que pus no ar despertou atenção de gente que eu nunca desconfiaria que sequer se importaria com as coisas que escrevo, já que na vida "real" nunca manifestaram interesse genuíno pelas minhas opiniões. E, pelo visto, numa próxima edição daquelas "reuniõezinhas típica daquelas pessoas que jurei odiar, mas que insisto em me aproximar", já garanti o assunto por horas e horas, na pauta da nata da burguesia branca e saudável.

E mais uma vez, sou forçado a ver o quanto sou culpado pelas coisas que me são infligidas por parte de gente que representa tudo o que mais desprezo, comprovando outra vez que eu, sim, é que represento tudo o que eles mais odeiam. Seja lá o que represento pra alguém...

Mas, agora a leiteira transbordou, e não consigo mais esconder aquilo que venho cultivando a muitos anos, internamente, nesta terra de brancos. Seja o que for, o jeito é enfrentar de cabeça erguida, e ignorar cada vez mais e com veemência os conceitos deturpados de pessoas que acham que tem o direito de se sentir ofendidas pelas minhas atitudes, sem nunca, NUNCA terem se aproximado de fato e tentado, sequer, saber como eu me sentia quando era mais fraco, e a vítima favorita das agressões de quem me despreza e finge afeto, por uma questão de curiosidade. Seus auto-proclamados atos de amizade me parecem ainda mais irrisórios quando penso no preço a pagar, para pertencer.

Essa época acabou. Eu só pertenço a mim, e só percebo isso agora.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Da Lama à Lona: a Virada do Amor

Sábado passado, dia 24 de outubro, estive num evento do tipo que não via há tempos: um festival de rock.
Não um show de rock, num bar ou algo assim, mas um autêntico festival, sob uma lona, num dia chuvoso e surpreendentemente festivo! Várias bandas locais, e um público muito feliz (aparentemente) por estar ali, à despeito do clima. Horas antes, um forte vento ameaçou carregar a lona, o que teria acabado com tudo, antes mesmo de começar. Felizmente, nada mais grave aconteceu, e a chuva amainou, até parar completamente.


A lona aguentou, e o público também. No final da tarde, as pessoas foram chegando em blocos, e logo o lugar adquiria aquele aspecto de festival, com gente amontoada ao ar livre, música, cerveja e comida. Confesso que me afastei para uma área coberta, com cadeiras, pois estava REALMENTE cansado, mas só fui embora muito depois da última banda.

Excelente fim-de-semana, como não tinha há meses! Do tipo que me faz esquecer o quanto preciso mudar de vida, saindo dessa cidade. Sábado foi um dia do tipo que eu só tinha a mais de dez anos atrás. Quando era menos preocupado com coisas tão imateriais que nem sei o nome delas. E quando não me sentia tão pesado por dentro, velho e esquecido.

Preciso de mais festivais.

Fúria dos Elementos!!

E assim começou a semana, essa árvore colossal partiu ao meio, e caiu no quintal aqui de casa! Não houve danos, mas a casa vizinha foi um pouco atingida, e o enorme tronco destruiu a calha e cerca de trinta telhas. Sem mortos nem feridos, mas o susto já foi um lembrete importante do tipo de coisa com a qual temos de começar a aprender a lidar, de hoje em diante, nesta região do país: o clima enfurecido.


Os trabalhadores da Prefeitura vieram aqui e resolveram tudo até rápido, considerando o nível do serviço público nessa cidade, nos últimos anos. Motosserras, grua, guindaste e tudo foi resolvido. Não tirei mais fotos por estar usando as últimas pilhas, já bem gastas.






















Fico me perguntando se já não era hora de optarmos entre fiação aérea ou cidade arborizada. Pelo visto, os dois conceitos são difíceis de serem conciliados.

domingo, 26 de julho de 2009

Inverno no Clube

Chove. E faz frio. Como se não bastasse a quase sobrenatural reincidência com a qual esses dois fenômenos climáticos ocorrem ao mesmo tempo, eu estou trancado em casa há cerca de 72 horas, comendo, navegando e bebendo, e pensando bobagem.
Minha mãe está na sala, preparando seus livros de chamada. Amanhã é dia de aula, e logo de manhã, bem cedo, vai sair e pegar um ônibus até um município vizinho, coisa que considero um absurdo ao qual alguém na idade dela se sujeite a fazer, mas que é o que paga nossas contas, atualmente. A pensão ridícula que o Governo desse Estado paga chega a ser ofensiva. Espero mudar esa situação em um ano.
Lógico que, pra isso, preciso retomar meus estudos, e começar a trabalhar na área que escolhi. E isso, sinceramente, parece cada vez mais longe, principalmente quando olho lá fora, num dia como este, e não sinto vontade de sair na rua, dado meu estado de alienação atual, sem dinheiro, sem perspectivas de emprego, hostilizado e esquecido pelos auto-proclamados "amigos", que costumam aparecer somente quando suas opções se acabam, e precisam de companhia gratuita por algumas horas. Preciso rever seriamente meus conceitos de amizade e convívio social...

Até o final desta semana, devo ter tomado uma decisão sobre meu futuro próximo. Ando pensando muito em desistir de vez de Florianópolis, tamanha dificuldade de alcançar meus objetivos mais imediatos. Eu deveria ter o bom senso de sair do caminho de todos ao redor, e ir pra estrada, mas definitivamente. Sair sem avisar. Não fosse a situação emocional em que deixaria minha mãe, era capaz de eu fazê-lo, amanhã mesmo. Aliás, uma manhã chuvosa e fria é um péssimo motivo pra se sair de casa, mas um excelente pretexto pra se buscar o sol.

E eu PRECISO do sol, deseperadamente. Não posso mais viver no escuro. Nunca antes me senti tão isolado e triste, em toda essa merda de vida adulta. Esse exílio auto-imposto em minha própria casa está fazendo de mim um homem horrível, paranóico, indulgente, e intransigente. Gostaria muito de sair daqui. PRECISO sair daqui.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Crônicas do Cafezal: "Ação Entre Amigos"


O fim-de-semana começou na terça-feira. Pra ajudar um amigo, hospedei por uma noite quatro músicos em minha casa, cada um uma banda de um homem só. Estiveram viajando juntos, de carro, durante cerca de uma semana, e vieram pra cá tocar, numa noite só, pra uma platéia entusiasmada e aparentemente satisfeita. Sua música primitiva e nervosa me fez perceber, mais uma vez, que não há lugar para virtuosismos no rock'n'roll, à não ser para os onanistas de plantão. Um genuíno show de rock, do tipo que tenho visto raramente.



Na sexta, um velho amigo chegou de viagem, veio visitar a família, e saímos com outro amigo. A noite e a conversa fluíam bem, apesar de já termos saído bem tarde de casa. Paramos num bar perto do centro da cidade, e cerca de uma hora depois que chegamos, presenciamos o que por pouco não se tornou um homicídio: dois idiotas começaram uma briga, o maior deles (um estrangeiro) se sentiu ofendido por algo que o mais novo disse (presumivelmente uma piada ofensiva sobre colombianos!) e acertou um tapa forte no rosto do menino, que caiu da cadeira. Confusão instalada, o colombiano se aproxima de NOSSA mesa, e pega a MINHA garrafa de cerveja, e a espatifa na parede, fazendo o gargalo de arma!!
Levantamos imediatamente, a tempo de ver um sem-teto que perambula por ali se envolver na confusão e, por muito pouco, não acabar com a garganta cortada!!
Despesa paga (o dono do bar cobrou a cerveja perdida na despesa do gringo!) nos levantamos e saímos dali.

Em casa, sem sono, meio tenso e ainda querendo beber, fiquei por cerca de uma hora na varanda, no escuro, fumando.

O sábado transcorreu bem parecido. Saímos de novo, nós três, e a conversa, inapelavelmente, descambou pra uma troca de farpas que, se fôssemos menos conhecidos, poderia ter facilmente acabado em briga.

Certas pessoas simplesmente se recusam a me respeitar, querendo que eu acate o tempo todo as suas ofensas veladas à minha pessoa e estilo de vida, às minhas opiniões e gostos pessoais, e quando revido - normalmente de forma contundente! - elas costumam recuar. Resultado: o dono do carro, um mimado e pedante senhor da razão, homem branco típico, obeso, conservador e arrogante, fechou a cara e levou meu outro amigo pra casa. A viagem até minha casa transcorreu em um silêncio incômodo.
Era pra termos saído no domingo, mas até preferi que nenhum deles tivesse me ligado. Meu humor estava péssimo. Saí à noite com outros amigos pra umas cervejas, num bar perto do de sexta-feira. Conversa agradável, outros dois conhecidos apareceram, e fomos tomar a saideira em um outro bar, mais perto de minha casa. Um idiota, não sei se bêbado ou sob o efeito de alguma substância, cismou que o carro de um de meus amigos era dele, e ficou o tempo todo cercando o carro, e chegou a tentar a maçaneta!!
Mais uma vez, a noite termina de forma abrupta e inesperada, mas, felizmente, sem violência (pelo menos contra mim e meus amigos!).


Coisas assim me garantem que devo MESMO sair dessa terra de caipiras loucos e intolerantes.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O Livro Cego, Ref. n.º 002

(Eu espero que meu algoz possa encontrar _____ em mim, pois ___ nunca consegui achar...
- Rafão)

Outra passagem da caderneta, resto da página vazio.

Crônicas do Cafezal - pt.1

De fato, um fim-de-semana como eu havia previsto: sem grana (o pagamento de um serviço de locução que fiz há mais de um mês só chegou agora, e ainda assim, além de absolutamente irrisório, demorou cinco dias pra entrar em minha conta bancária, como se o dinheiro e seus donos acreditassem que eu vivo à base de luz solar!)

Na sexta-feira, estive na casa de um conhecido, que não mora mais na cidade, e de vez em quando vem ao Cafezal pra visitar a família, e ver seus amigos (na falta de um nome mais apropriado). Uma reunião típica daquelas pessoas que jurei odiar, mas que insisto em me aproximar, como se não houvesse outra alternativa. De fato, não tenho muitas outras alternativas de conseguir cerveja de graça, então, homem fraco que sou, me sujeito a umas ofensas daquelas pessoas, mas pelo menos não passo todas as noites em casa, com insônia, pânico e pensamentos estranhos e mórbidos, que flutuam do meramente simbólico sexual/morte, ao genocídio espetacular com contornos de martírio pela mídia. Minhas fantasias adolescentes recorrentes continuam a aparecer, e nessas horas, é bom ter um blog.
Mas, o que eu queria MESMO é poder sumir, sem aviso.

Estou me sentindo mal, de saúde, já faz tempo. Pode ser só cisma, mas sinto ligeiras pontadas de dor no peito, e cabeça. Tenho um sono péssimo, sobressaltado e desconfortável, e sinto minhas batidas cardíacas cada vez que me deito sobre o lado esquerdo, o que produz um efeito assustador. Dormir de barriga pra cima, nem pensar, restando somente a opção de ir ler na cama, recostado, e deixar o sono simplesmente, bater e me levar, pra acordar de manhã e constatar que meu livro, ou revista, foi parar debaixo da cama, e que deixei a luz acesa.



Ah, o medo... Esse velho companheiro de péssimos hábitos, e hálito pior ainda.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

"When Johnny Comes Marching Home..."

Não estou com sono. A sensação estranha que sinto no peito, misto de dor e azia, deve ser causada por gases. Isso, ou sou muito bom em achar boas explicações pra algo que deveria me incomodar, de fato.
Hoje, nem saí de casa. Tinha várias coisas pra fazer, só fiz metade delas, esperando a chuva que não veio. Vi no noticiário que choveu e ventou muito forte em algumas cidades do Estado, telhados foram arrancados, o de sempre, mas aqui o dia foi tranquilo.
E meio frio.
Amanhã tenho algumas tarefas braçais pela frente. Devem me distrair o bastante, durante algumas horas, até a noite chegar e eu não ter absolutamente nada pra fazer, nada diferente do que já faço em todas as outras noites.
Queria escrever. Não aqui, não essas coisas. E queria viajar, também. E me esquecer um pouco de quem sou, e o que me espera.
Mas, talvez pra compensar, tenho lido bastante. Infelizmente, também tenho assistido mais televisão do que gosto de admitir. Bem, quanto a isso, é só mentir, se perguntarem...

Uns dias atrás, enquanto mexia na arca de papelada velha e brinquedos quebrados, achei uma pasta cheia de coisas, documentos e desenhos, cadernos e calendários, e uma caixa de sapatos com vários álbuns de fotos e negativos. Só o que encontrei ali já preencheria um blog como esse, ao mesmo tempo que me ajudaria a fazer algo que venho protelando há anos: jogar fora algumas daquelas coisas.



(E olha que tem é coisa, hein...?)


O importante é saber quando se livrar do peso extra.

O Livro Cego; referência n.º 001


o livro cego: livro arcano encadernado por monges cegos, e copiado por copistas analfabetos

(datado de 9/05/2008; o resto da página está vazio.)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Don't Stop 'till You Get Enough"

Jacko morreu. Farrah Fawcett também. Não me lembro de um dia como esse, quando duas décadas parecem acabar ao mesmo tempo, enterrando seus ídolos agonizantes em postagens lacônicas pelos sites de notícias e imprensa marrom, Twitters e papparazzis cercando os cadáveres feito moscas na merda.

Merda de dia pra se morrer.

Aqui, no Cafezal, o Junho do Rock continua. Perdi um debate agora à tarde, com um produtor cultural, sobre... er, produção cultural. Mais tarde, tem um show de uma banda local, mas é longe, e só vou se alguém, pra variar, tiver a decência de me ligar e oferecer uma carona.

Ontem, tive uma noite infernal, passada na privada. Comida instantânea, diarréia demorada. Um dia, vou me livrar de meus hábitos perigosos, sei que vou.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Home Video

Saudades de minha família

Manhã de Sol, Festa de Luz...


Dia perfeito pra viajar: cinzento, moroso, e frio. Do tipo que faz a gente se sentir vivo e funcionando. Daqui a pouco vou pra cozinha, e depois, passar a tarde toda preso em casa, enquanto lá fora, o cinza do dia ocupa a tudo e a todos.
Tenho pensado muito em uma série de coisas que me aconteceram ao longo de décadas, e as quais nunca foram devidamente perdoadas, quero dizer, infâmias e ofensas ao longo de uma adolescência, que foram se acumulando na fase adulta, causando um grande cravo em meu rosto, o rosto de alguém que foi criado pra aceitar, pra abaixar a cabeça e ser sempre bom, solícito e disponível para o que precisassem, inclusive (e principalmente, pelo visto!) abusos de vários tipos.

Esse cara está morrendo. E ainda não sei quem, ou o quê vai aparecer no lugar dele...





Até o final de 2008, eu recorria à ajuda psicológica pra desenvolver técnicas de respiração, que pudessem me ajudar a pôr em ordem uma série de processos fisiológicos que sempre negligenciei, por vários motivos. Indisciplina é o principal deles, preguiça vem logo em seguida. Mas, no início desse ano, com a decisão de sair da cidade e retornar à faculdade, interrompi as sessões com a psicóloga, e tentei me dedicar à mudança. Desisti de procurar emprego, abandonei a melhor oportunidade de trabalho em muitos anos, num estúdio de som, viajei para outro Estado, e voltei cerca de um mês depois. A burocracia e ineficiência da máquina da educação pública mais uma vez atrasam minha vida, e não tenho a quem recorrer, à não ser, talvez, a um fuzil automático e muita munição...

Agora, me encontro numa situação aparentemente sem saída, e ainda não perdi a mania de dar satisfação as pessoas, quando poderia, simplesmente, mentir para elas sobre meus assuntos. Será que nunca vou aprender?

terça-feira, 23 de junho de 2009

"Dias de Luta"

Lendo um livro emprestado, um histórico do movimento que deu origem ao rock brasileiro dos anos 80, época em que, infelizmente, tive de crescer. O capítulo sobre punk rock foi o melhor até agora, não é de se estranhar. Cada vez mais me convenço de que só vivi em tempos medíocres, marcados por artistas medíocres (falando de um modo bem amplo e arbitrário!) e que, por mais que tente, não sinto saudades de minha adolescência. E de que teria saudades, de morar numa casa que não era minha, de estudar em escolas onde não me sentia bem, e de conviver com outros adolescentes com quem não tive afinidade nenhuma? De fato, não é de se estranhar...

Recentemente, tive a ilusão de que meu convívio social (não posso chama-lo de "vida", na verdade, pois nada vive ali.) era o que me prendia à esse lugar. Nada mais longe da verdade: o que me prende aqui é uma questão puramente prática, que pretendo resolver assim que conseguir voltar pra faculdade.

As noites têm sido difíceis, entre insônia, irritação com o marasmo da Internet, tentativas de criar animosidade com desconhecidos em blogs e fóruns, e leitura de quadrinhos no monitor, algo que me causa grande desconforto e ardência nos olhos. Não me sinto confortável deitado, ou sentado, ou deitado na frente da TV, o processo de dormir é lento e assustador, a forte sensação de morte sempre me assaltando, ocupando boa parte dos meus pensamentos durante o dia, e à noite, também. Não sei onde isso vai me levar, esse pânico mudo que enfrento sozinho, e nem as noites em companhia de amigos, bebendo e rindo, têm resolvido por muito tempo. Somente algumas horas de esquecimento e tudo volta, quando estou sozinho.

Medo. Muito medo...

Post_teste


Primeira postagem. Espero que dure mais do que o outro. Ou, pelo menos, que eu não esqueça a merda da senha!!
Tempo ruim combina com meu estado de humor e de espírito: estou passando por sérias reavaliações de minhas prioridades, e duvido que vá ficar melhor do que está, por um bom tempo, ainda. Pra piorar, não tenho sido muito simpático com pessoas que me irritam, coisa que não me incomodava tanto até um certo tempo atrás. Mas, a conjunção de fatores, como indefinição de meu futuro próximo e da faculdade, falta crônica de dinheiro, nenhuma perspectiva real de mudança e uma repulsa à companhia humana estão me deixando mais neurótico e agressivo do que imaginava. Pensamentos de violência gratuita, alguns bastante ricos em detalhes, aparecem com frequência, e tenho culpado o cigarro. Ele me deixa sempre irritado e preguiçoso, isso quando não me causa aquele efeito laxativo irritante, normalmente quando estou na frente do computador.